PF e CGU investigam desvio de recursos públicos em contrato de R$ 196 milhões com hospital de Criciúma
Operação "Templo Vendido" investiga subcontratações ilegais e superfaturamento em unidade referência no atendimento materno-infantil do Sul catarinense.

A Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU), deflagrou nesta quarta-feira (14) a operação "Templo Vendido", com o objetivo de desarticular um grupo suspeito de desviar recursos públicos por meio de um contrato de R$ 196 milhões envolvendo o Hospital Estadual Materno-Infantil de Criciúma, uma das principais referências em saúde pública do Sul de Santa Catarina.
A investigação apura indícios dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e contratação direta ilegal. Segundo a PF, as irregularidades envolvem “subcontratações ilegais” promovidas pela Organização Social (OS) contratada para gerir o hospital. Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em Santa Catarina e no Paraná, com ordens expedidas pela 1ª Vara Federal de Florianópolis.
De acordo com nota técnica da CGU, utilizada como base para a operação, a OS teria subcontratado empresas vinculadas a si mesma, com suspeitas de superfaturamento nos serviços prestados e recebimento de vantagens indevidas por dirigentes e ex-dirigentes da entidade.
O governo de Santa Catarina informou que a investigação concentra-se em processos e aquisições da organização contratada pela gestão anterior, e que os contratos vêm sendo fiscalizados desde 2023. "Continuará à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários, sempre confiante que os fatos serão devidamente esclarecidos", destacou a nota oficial.
O Hospital Estadual Materno-Infantil de Criciúma atende exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e desempenha um papel fundamental na rede pública de saúde da região. Com 125 leitos, unidade de terapia intensiva (UTI) pediátrica, unidade de cuidados intermediários (UCI) neonatal, maternidade e centro cirúrgico, o hospital também oferece atendimentos em 21 especialidades médicas e mantém um Banco de Leite Humano voltado ao suporte de recém-nascidos e prematuros.
As investigações seguem em andamento e buscam esclarecer o montante exato dos desvios e os responsáveis pelas supostas irregularidades.
COMENTÁRIOS