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São Ludgero,18/10/2025

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Outubro Rosa reforça a prevenção do câncer de mama e alerta para a saúde mental das mulheres

Campanha de 2025 destaca diagnóstico precoce, autocuidado e apoio emocional como pilares da prevenção e do tratamento


Outubro Rosa reforça a prevenção do câncer de mama e alerta para a saúde mental das mulheres FOTO: Rodrigo Correa/Agência AL

O mês de outubro colore Santa Catarina de rosa e traz um lembrete essencial: cuidar do corpo e da mente salva vidas. A campanha Outubro Rosa 2025 reforça a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama e destaca a necessidade de atenção à saúde mental das mulheres durante e após o tratamento.

Para reforçar a importância da prevenção e ampliar o debate, a Alesc realizou nesta quarta-feira (15) o seminário Outubro Rosa e Dia da Saúde Mental. O evento foi realizado em parceria com Tribunal de Contas, Ministério Público, Tribunal Regional Eleitoral e Tribunal de Justiça.


Conscientização e prevenção


“Estamos aqui para discutir, além do outubro rosa, saúde mental. Precisamos sempre trabalhar a questão da conscientização e da prevenção do câncer de mama, do que se pode fazer, do que os órgãos públicos, os espaços de trabalho podem fazer com seus funcionários no sentido de conscientizar. Precisamos orientar as mulheres a buscar os cuidados, fazer o autoexame, buscar pelo tratamento precoce. E a Alesc, junto com os órgãos parceiros, dá esse passo à frente, no sentido de ter um ambiente mais humanizado, de conversar com seus servidores e ofertar palestras extremamente importantes com profissionais renomados”, comentou a secretária-geral, Marlene Fengler.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa para 2025 é de 3.080 novos casos de câncer de mama em Santa Catarina. Nos últimos cinco anos, a média anual de registros no estado se manteve acima de 3 mil diagnósticos, representando cerca de 28% dos casos de câncer entre mulheres catarinenses.


O Painel de Oncologia do Ministério da Saúde aponta que, entre 2020 e 2024, foram mais de 260 mil mamografias realizadas pelo SUS em Santa Catarina, com aumento de 18% no número de exames entre 2023 e 2024. Apenas em Florianópolis, cerca de 8,5 mil exames foram realizados em 2024, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.


Atenção primária e hábitos saudáveis


Para o médico hematologista Victor Paviani, um dos principais fatores para a prevenção do câncer de mama está na atenção primária. “O câncer de mama é o câncer mais prevalente nas mulheres ao redor do mundo, então é um tema muito importante. E hoje, destacamos a prevenção primária que é um tema pouco falado, como chave que pode impactar significativamente na redução do aparecimento deste tumor. Ela é essencial para orientar sobre fatores de risco e proteção, identificar casos de risco e garantir que a mulher seja encaminhada para os exames necessários.”

Ele cita como pilar para os cuidados primários a alimentação saudável. “Reduzindo açúcares, fazer algum tipo de movimento, como uma caminhada por exemplo, ações básicas da nossa rotina diária que podem ser alteradas como o fato da utilização do anticoncepcional, que é um fator de risco para o câncer. São ações que podem ser utilizadas para a prevenção da doença”, enfatiza.


De acordo com o sistema Sivep-SUS, o diagnóstico em estágios iniciais do câncer de mama em Santa Catarina chega a 65% dos casos, índice acima da média nacional (57%), o que aumenta significativamente as chances de cura, que podem ultrapassar 90% quando o tratamento é iniciado precocemente.


Cuidar do corpo e da mente é um ato de amor próprio


A mensagem do Outubro Rosa destaca que a prevenção vai além do exame. É preciso olhar para a mulher de forma integral — corpo, mente e emoções. Além das ações de orientação e prevenção ao câncer de mama, a Alesc também destacou os cuidados com a saúde mental.


Durante o evento, a pauta também destacou os cuidados com a saúde mental. “Falar sobre câncer de mama é um tema muito difícil. Eu, que já recebi o diagnóstico de câncer de mama, se é uma notícia avassaladora, que dói na vida de qualquer pessoa, e é algo que precisa de atenção”, falou a secretária-geral Marlene Fengler.


Ela lembra a necessidade de quebrar tabus e dar atenção também aos cuidados com a saúde mental. “Precisamos quebrar esse tabu, esse medo, essa ideia de que é uma sentença de morte, e por isso cuidar da saúde mental é extremamente importante. E a Assembleia demonstra esse cuidado, uma atenção relevante com as mulheres para que elas saibam da importância que é prevenir e buscar apoio emocional também.”


Segundo dados do Observatório de Oncologia de Santa Catarina, mulheres que recebem acompanhamento psicológico apresentam 30% mais adesão ao tratamento e 40% menos risco de abandono das terapias. Em 2024, mais de 5.400 catarinenses receberam apoio psicológico vinculado a programas de saúde da mulher.


Uma história que retrata a vida de muitas catarinenses


A servidora da Escola do Legislativo Lício Mauro da Silveira, Leidiane Fandres, retrata a realidade de muitas mulheres catarinenses: o primeiro momento sem a atenção necessária e o desespero ao receber a temida notícia. Em 2023 a servidora foi diagnosticada com câncer de mama e conta como a temida notícia mudou a forma de ver e viver a vida.


“Estava com 36 anos, terminando minha faculdade de direito, extremamente focada. De um dia para o outro, iniciou uma secreção na minha mama. Achei estranho, pois minha filha já tinha quatro anos, mas acabei não dando atenção. Passaram-se três meses, e aquela secreção incomodava por estar sujando muito meu sutiã, mas segui sem dar muita atenção. Busquei ajuda porque minhas colegas me convenceram dizendo que era um tumor. Aí o desespero bateu. Busquei a ajuda no posto de saúde, mas o primeiro resultado foi 'não diagnosticável'. Mas como o coração já estava angustiado, segui em busca de saber o que estava acontecendo”, contou.


Leidiane lembra que em abril de 2023 foi o momento mais difícil. “O momento de abrir o resultado chegou e foi onde descobri que era um tumor maligno. Nesse momento olhei para a minha vida e pensei: é um sopro. Tudo o que vivi, reclamei, deixei de fazer, e amanhã posso não ter mais nada. Foi uma virada de chave, onde passei a olhar para os meus filhos de forma diferente, olhar para mim e perceber que eu sou a pessoa mais importante, que por mais que desejo fazer pelos outros, eu estou em primeiro lugar.”


Ela destaca a importância do autocuidado, mas também do cuidado com as pessoas que estão próximas na rede de apoio. “Precisamos conscientizar a família que ela também precisa buscar ajuda psicológica. Cuidar de quem cuida da gente é extremamente importante”.


Ao ser questionada sobre o que faria se alguém a abordasse e dissesse que havia acabado de receber o diagnóstico, a servidora, com os olhos marejados, afirma “eu daria um braço. Nesse momento não queremos uma palavra de consolo, queremos apenas um carinho e um acolhimento, e um abraço diz, com o calor humano, que tudo ficará bem.”


Perguntas Frequentes


Por que o Outubro Rosa é importante?

Porque reforça a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama e amplia o cuidado integral da mulher, incluindo apoio à saúde mental durante e após o tratamento.

Quais números de Santa Catarina reforçam a urgência da prevenção?

O Inca estima 3.080 novos casos em 2025; a média anual segue acima de 3 mil diagnósticos (≈28% dos cânceres em mulheres catarinenses). No SUS, foram mais de 260 mil mamografias entre 2020 e 2024 (alta de 18% entre 2023 e 2024); em Florianópolis, cerca de 8,5 mil exames em 2024. Em SC, 65% dos casos são diagnosticados em estágio inicial, elevando a chance de cura para acima de 90% quando o tratamento começa cedo.

Como a saúde mental entra na campanha deste ano?

O seminário “Outubro Rosa e Dia da Saúde Mental” destacou acolhimento, acompanhamento psicológico e ambientes de trabalho humanizados. Dados do Observatório de Oncologia de SC indicam 30% mais adesão e 40% menos abandono do tratamento entre mulheres acompanhadas psicologicamente.

O que posso fazer agora para me cuidar?

Manter consultas e exames em dia, conhecer suas mamas e procurar a unidade de saúde diante de alterações; adotar hábitos protetores (atividade física regular, alimentação equilibrada, redução de álcool e tabaco) e buscar apoio emocional para você e sua rede de apoio.




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